Dia Internacional da Mulher Rural | 15 de outubro
Celebra-se a 15 de outubro, o Dia Internacional da Mulher Rural, tendo a Assembleia Geral das Nações Unidas, adotado oficialmente a data, com a assinatura da Resolução 62/136, no dia 18 de dezembro de 2007.
Este dia promove e reconhece o papel que as mulheres rurais desempenham em prol da segurança alimentar e da erradicação da pobreza rural, e consequentemente são essenciais para que Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas, sejam atingidos.
Dentro dos ODS, podemos realçar alguns, nomeadamente, a erradicação da pobreza e da fome e a proteção da vida terrestre.
Se por um lado, as mulheres são na maior parte das vezes quem cultiva a terra, recolhe os alimentos, a água e os combustíveis essenciais, garantindo assim, a economia de famílias inteiras, continuam a não ter um acesso igual à terra, às finanças, aos equipamentos, aos mercados e ao poder de decisão.
As mulheres rurais sofrem os impactos devastadores das alterações climáticas e, no entanto, grande parte das vezes, a sua agricultura é baseada numa energia verde, limpa, através de soluções de baixas emissões de dióxido de carbono. Estas mulheres são também um repositório de conhecimentos e de capacidades que desempenham um papel central na adoção de práticas tradicionais e modernas para responder à variabilidade climática e a choques como secas, ondas de calor e chuvas extremas.
O facto de não terem o mesmo acesso à terra e, de persistirem as desigualdades salariais faz com que estas mulheres apesar de se manterem ativas, tenham índices de pobreza muito mais elevados do que o dos homens.
Em Portugal, em 2022 (segundo dados do Boletim Estatístico de 2024 da CIG), no setor primário, a remuneração média base das mulheres era de 787,85 €, enquanto a dos homens era de 883,73 €.
A propósito de boas práticas relacionadas com o empoderamento das mulheres agricultoras, com vista a uma maior igualdade de género, o Projeto “MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior” (financiado pelo mecanismo financeiro EEA Grants) é disto um bom exemplo, pois aumentou a participação cívica e associativa das mulheres agricultoras nas regiões do interior, através da sua capacitação, tendo contribuído para a maior visibilidade do seu papel social e para o aumento da igualdade entre homens e mulheres.
A ONU Mulheres afirma que “as mulheres rurais são agentes-chave para alcançar mudanças económicas, ambientais e sociais transformadoras necessárias para o desenvolvimento sustentável”.
A necessidade de aumentar a consciência sobre o papel crucial que desempenham as mulheres rurais em todo o mundo nos sistemas agroalimentares, assim como o seu contributo para a segurança alimentar, a nutrição e a erradicação da pobreza, não deve ser alheia à proclamação de 2026 como o Ano Internacional da Agricultora.
No âmbito do apoio técnico e financeiro da CIG, foi financiado o projeto ‘Mulheres Rurais. A Força da Terra’, desenvolvido pela associação A Geradora – Cooperativa Integral CRL.
Como resultado do projeto, vai ser apresentado o livro que apresenta as histórias, saberes e resistência de 23 mulheres rurais. É no dia 18 de outubro, às 15h00, em Vila Franca das Naves, concelho de Trancoso.