Resultados de estudos mostram desigualdades nas consequências da COVID-19
Vários estudos mostram que a pandemia da COVID-19 não atingiu por igual todas as pessoas. E existe principalmente um desnível entre mulheres e homens.
Alguns destes dados foram revelados no webinar “Os impactos socioeconómicos da COVID-19 – A igualdade de género no centro da recuperação”, promovido pela CIG, que decorreu no dia 8 de março, no âmbito do Dia Internacional das Mulheres.
Foram apresentados os resultados de diversas pesquisas efetuadas no sentido de se perceber quais os reais efeitos da COVID-19 na vida das mulheres e as conclusões são claras: dado que são as mulheres que, maioritariamente, se dedicam a tarefas de cuidar e outras que não podem ser realizadas em teletrabalho (as limpezas, são um exemplo), não só o risco de contrair a doença tem sidomaior, como o número de horas trabalhadas e não pagas aumentou substancialmente, dado que também quem teve de ficar em teletrabalho tem, muitas vezes, pessoas a cargo (por norma, filhos ou pessoas idosas).
Os estudos apresentados pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, secundam o trabalho que está a ser efetuado pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género, encomendado pelo Governo, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, e que será concluído no próximo mês de junho.
É com base nestes dados que se compreende que o “combate à desigualdade entre mulheres e homens no mercado e trabalho, não é apenas um imperativo de justiça e de justiça social. É também um imperativo de desenvolvimento”, como defendeu a Ministra de Estado e da Presidência, na abertura da sessão.
Para Mariana Viera da Silva, “uma sociedade que abdica do pleno potencial de metade da sua população, está a auto-limitar-se no seu próprio cumprimento enquanto sociedade”, pelo que entende serem necessárias “políticas que combatam a desigualdade e a discriminação.”
Esta sessão teve um significado acrescido, dado que o trabalho efetuado no terreno não deve ser desvalorizado, pois “é importante existirem estudos, para que possamos aplicar políticas públicas tendentes à igualdade”, no entender da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, que define a igualdade entre mulheres e homens “como uma condição para uma Europa Social.
Aceda ao materiais divulgados no webinar:
Apresentação CES | Universidade de Coimbra
Apresentação EIGE – Instituto Europeu de Igualdade de Género
Veja o vídeo completo do webinar.