Webinar destaca a necessidade da perspetiva de género na mobilidade e no setor dos transportes
Realçar as boas práticas desenvolvidas a nível nacional, local e europeu na promoção de uma maior igualdade entre mulheres e homens no setor da mobilidade e dos transportes foi um dos principais objetivos do webinar “Género, Mobilidade e Transportes”, realizado esta quarta-feira, dia 29 de outubro.
Organizada pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) e pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), a sessão contou com cerca de 150 participantes, representando diversas entidades, entre as quais autarquias, áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais e empresas de transportes.
Na abertura, Carina Quaresma, Presidente da CIG, sublinhou a importância de integrar o mainstreaming de género em todas as políticas setoriais, destacando a necessidade de considerar as especificidades das mulheres no uso dos transportes.
Em representação do IMT, Maria da Luz António, vogal do Conselho Diretivo, destacou o trabalho desenvolvido pelo Instituto na promoção da igualdade de género, salientando algumas das particularidades associadas à mobilidade das mulheres.
Seguiu-se o primeiro painel, que contou com a intervenção de Jenny Koutsomarkou, da URBACT, que apresentou a temática da “Mobilidade com Perspetiva de Género” e partilhou exemplos de boas práticas europeias.
Numa perspetiva nacional, Carla Oliveira, técnica do IMT, apresentou a brochura técnica “Igualdade de Género e Diversidade na Mobilidade e nos Transportes”, que reúne orientações práticas para a integração dos princípios da igualdade e diversidade no planeamento e gestão dos serviços de transporte público.
Seguidamente, Ana Martinho Fernandes, Diretora de Serviços de Apoio à Estratégia e Planeamento da CIG, apresentou dados sobre a realidade nacional. As diferenças nos padrões de mobilidade entre mulheres e homens, foi um dos aspetos em evidência..
O momento dedicado às boas práticas locais iniciou-se com a intervenção de Catarina Lopes, da Equipa EEA Grants da CIG, que deu a conhecer alguns projetos financiados neste âmbito, como o GENMOB: Mobilidade com Igualdade e o Local Gender Equality.
Em seguida, Rita Jacinto, da Câmara Municipal de Lisboa, apresentou o Projeto do Bairro Padre Cruz, que visa melhorar os acessos pedonais e cicláveis, otimizar as passadeiras e relocalizar paragens de autocarro em zonas mais seguras.
Ricardo Rocha, da Transdev, apresentou a campanha “Mulheres ao Volante”, cujo objetivo é aumentar a representatividade feminina na condução. A empresa pretende duplicar o número de motoristas mulheres, que atualmente representam 6,9% do total.
A encerrar o painel, Herculano Rebordão, da direção da MUBI – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, apresentou o projeto “+MAP – Mais Mulheres a Pedalar”, que procura promover a igualdade de género através do incentivo ao uso da bicicleta.
O evento encerrou com a intervenção de Patrícia Santos Pedrosa, investigadora da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior e do Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP – Universidade de Lisboa.
Na apresentação das conclusões, a investigadora destacou a complexidade do quotidiano das mulheres, sublinhando que a mobilidade e os transportes são elementos fundamentais para a sua emancipação.
Defendeu ainda que o desenho dos espaços e equipamentos urbanos não deve restringir-se às questões de segurança, mas também considerar fatores como a qualidade dos passeios, a existência de zonas de sombra e a visibilidade das passadeiras.



















