1 e 4 de junho: Celebrar e Proteger as Crianças
Neste início de junho, assinalamos duas datas profundamente simbólicas, o Dia Mundial da Criança (1 de junho) e o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão (4 de junho).
A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) junta estas duas efemérides para lembrar que, para muitas crianças, a infância não é feita de brincadeiras, segurança e afeto, mas de medo, silêncio e sobrevivência.
Crianças acolhidas com as mães: a realidade por detrás dos números
Em 2024, 1 537 crianças e jovens foram acolhidos/as com as suas mães nas casas de abrigo da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica.
Estas crianças representam 46% do total de pessoas acolhidas — e a maioria tem entre 0 e 6 anos.
São crianças que viveram em contextos de violência doméstica, direta ou indiretamente, acabando por ser vítimas inocentes de agressão. São o rosto mais vulnerável de uma realidade que continua a exigir resposta.
Apoio psicológico especializado: as RAP
Para responder às suas necessidades emocionais e psicológicas, a CIG criou, e gere, as RAP – Respostas de Apoio Psicológico a Crianças e Jovens Vítimas de Violência Doméstica, no que foram as primeiras respostas especializadas de apoio psicológico e psicoterapêutico para crianças e jovens vítimas de violência doméstica atendidas e/ou acolhidas na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica.
Em 2024, estas respostas atenderam 17 634 crianças e jovens, com acompanhamento especializado e humanizado.
Os direitos das crianças não são opcionais
A Declaração dos Direitos da Criança e a Convenção sobre os Direitos da Criança lembram-nos que todas as crianças têm direito a crescer com amor, proteção e dignidade.
Mas os números globais continuam a chocar: em 2023, mais de 11 mil crianças foram mortas ou mutiladas em conflitos armados, segundo dados das Nações Unidas.
Neste mês de junho, celebramos a infância — mas também reafirmamos o nosso compromisso com a sua proteção.
Porque todas as crianças têm direito a uma infância segura. E todas as vozes contam.