Nota de pesar pelo falecimento de Teresa Caeiro
Portugal despediu-se de Teresa Caeiro, uma Mulher que deixou marca na vida pública e social do nosso país.
Jurista brilhante, política de convicções firmes, mulher de coragem e de causas.
Não precisava de esforço para se impor — a sua presença fazia-se sentir de forma natural, genuína, inteira.
Foi Deputada, integrou dois Governos como Secretária de Estado, Governadora Civil e Vice-Presidente da Assembleia da República. Mas mais do que os cargos, foi a forma como os exerceu que a distinguiu: com liberdade de pensamento, com independência e com uma rara capacidade de colocar o interesse público acima de qualquer cálculo partidário. Não hesitou em assumir posições divergentes em matérias estruturantes para a sociedade, como a despenalização do aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Sempre defensora da Igualdade de Género, esteve na linha da frente de campanhas contra o tráfico de seres humanos e nunca deixou de dar voz às mulheres, denunciando a desigualdade e a injustiça que persistem. Como afirmou num almoço do Dia da Mulher:
“Acho que às mulheres se perdoa muito menos. As mulheres ainda têm de provar o dobro para conseguirem os mesmos objetivos que os homens e o escrutínio a que as mulheres estão sujeitas é enorme. São muito mais postas à prova do que os homens. Ninguém liga se o homem repetiu ou não a gravata na mesma semana, não é?”
Recordamos Teresa Caeiro como uma Mulher inteira — solidária, combativa, inspiradora.
A CIG lamenta profundamente a sua partida repentina e presta homenagem a quem, com inteligência, coragem e humanidade, dedicou a sua vida ao serviço da causa pública.