Festival Eufémia regressa a Lisboa para refletir sobre género, memória e resistência
Lisboa, 15 out 2025 (Lusa) – A terceira edição do Festival Eufémia vai decorrer em Lisboa entre 29 de outubro e 08 de novembro, com uma programação que inclui teatro, dança, performance, formações e diálogos em torno das questões de género, identidade e memória.
O evento, que decorre na Biblioteca de Marvila e na Escola Secundária de Camões, é promovido pelo grupo Eufémias, um coletivo criado em 2020 por seis artistas, investigadoras e formadoras da Argentina, Brasil e Portugal.
O objetivo deste festival é “ampliar as perspetivas sobre os conceitos de género, memória e resistência” e dar “visibilidade a iniciativas artísticas concebidas a partir de perspetivas de género – de caráter interseccional”, segundo a organização.
Assim, a programação inclui espetáculos de teatro, dança e performance, com foco em ancestralidade, diáspora e memórias, destacando criações de mulheres de diversas origens, acrescenta, em comunicado.
O programa abre no dia 29 de outubro, às 21:30, com o espetáculo “#3 Musa Acuminata Cavendish”, de Flávia Gusmão e do grupo de Batucadeiras Finka Pé, no Auditório da Escola Secundária de Camões, que integra o projeto NA LUT@, dedicado à ativista cabo-verdiana Samira Pereira.
Nos dias seguintes, serão apresentadas criações de artistas de Portugal, América Latina, África e Médio Oriente, abordando temas como a ancestralidade, a diáspora, o luto e a desconstrução de estereótipos femininos.
Entre os destaques, contam-se a ante-estreia da peça de teatro “Penelopíada”, de Susana Cecílio, no dia 30, a performance documental “FRAGMENTOS”, que celebra a mulher negra enquanto produtora de conhecimento sobre a sua própria história, de Marisa Paulo, e a história dançada “SerEstando Mulheres”, de Ana Cristina Cola, atriz da da companhia brasileira Lume Teatro, no dia 31.
A programação inclui ainda a “Parada de Rua”, no dia 02 de novembro, uma ação cénica que resulta de um laboratório de pesquisa teatral orientado por Ana Woolf e Ana Cristina Colla.
Outros momentos do festival incluem a performance “Pai para Jantar”, de Gaya de Medeiros, no dia 05, a peça “Uma Carta para a Minha Mãe”, do artista sírio Shadi Alaiek, e “Mestizage Salvaje”, de Samadi Valcarcel, uma reflexão sobre a identidade mestiça e a identidade boliviana, ambas no dia 06.
No dia 07 de novembro sobem à cena “Adicionar um Lugar Ausente”, de Keli Freitas, “Mulher Enciclopédica”, de Poliana Tuchia e Keli Freitas, e “Minha Primeira Vez”, de Paolle Berklyn, que encerra o festival a 08 de novembro.
A par dos espetáculos, o Festival Eufémia promove formações e diálogos, propondo iniciativas como o laboratório intensivo “Pesquisa e Composição Teatral através do Jogo”, orientado por Ana Woolf e Ana Cristina Colla, e a oficina “Manifestação Drag Queer”, ministrada por Paolle Santos.
Haverá lugar ainda para os Diálogos, momentos de reflexão, discussão e partilha sobre os temas que o festival propõe, de entrada livre, que se realizam na Escola Secundária de Camões e incluem as sessões “Escritas da Resistência” (05 de novembro) e “Género, Memória e Resistência em Cena” (06 de novembro), com a participação de artistas e investigadores de vários países.
A programação conta ainda com atividades complementares, como o jogo-performance “Atlas da Meritocracia”, de André Tecedeiro e Laura Falésia, a oficina “Com travo de chá de menta”, de Shahd Wadi e Bernardo Afonso, e a instalação-performance “Corpos da Desobediência”, de Pepa Macua.
O público poderá ainda visitar as exposições “Me Apavora a Ideia de Esquecer”, de Poliana Tuchia e Beth Freitas, e “Body Building — DIY”, de Diana V. Almeida, patentes na Biblioteca de Marvila durante todo o festival.
Entrelaçando arte e memória, o Festival Eufémia assume-se como um espaço de reflexão, resistência e partilha, propondo-se questionar desigualdades sistémicas e promover uma sociedade mais inclusiva e intercultural.
AL // MAG
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Fonte: LUSA



















