Noruega dá apoio financeiro para participação das mulheres em processos de paz em Moçambique
Maputo, 08 jul 2025 (Lusa) – O Reino da Noruega disponibilizou hoje 2,3 milhões de dólares (cerca de dois milhões de euros) para fortalecer a participação das mulheres na construção da paz em províncias afetadas por conflitos em Moçambique.
“A iniciativa tem como objetivo apoiar mulheres não apenas na superação das crises, mas também para liderarem a reconstrução das suas comunidades”, disse Sissel Idland, ministra conselheira da Noruega em Moçambique, durante assinatura de um memorando de financiamento, em Maputo, com a Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres(ONU Mulheres), que vai implementar a iniciativa.
O projeto, denominado “Ela Lidera a Paz”, será implementado em 14 distritos das províncias afetadas por conflitos, nomeadamente Cabo Delgado e Nampula, no norte de Moçambique, Manica e Sofala, no centro do país.
A iniciativa, a decorrer nos próximos dois anos, visa consolidar a participação e liderança signicativa de mulheres e raparigas afetadas por conflitos no processo de paz, segurança e recuperação, esperando-se alcançar 71 mil pessoas, das quais 11 mil beneciárias diretas e 60 mil indiretas.
“O projeto trabalhará em estreita colaboração com líderes tradicionais e instituições públicas para enfrentar normas de género e garantir que as mulheres tenham voz nas decisões que afetam as suas vidas”, indica um comunicado distribuído no evento.
“Ela Lidera a Paz” será implementado através de formações em liderança e advocacia, acesso a serviços jurídicos e apoio psicossocial, formação prossional e atribuição de subsídios, permitindo que mulheres iniciem pequenos negócios e outras iniciativas.
O Reino da Noruega e a ONU Mulheres consideram que “a paz se torna mais duradoura quando as mulheres participam ativamente na sua construção”, referindo ainda que o foco do projeto na liderança, força e resiliência das mulheres e raparigas moçambicanas “é oportuno e necessário” em contextos de conflito contínuo.
“Em todo o país, as mulheres já estão envolvidas na resolução de conflitos, a apoiar as suas comunidades e a ajudar outras pessoas a curar-se. Com o apoio adequado, o seu impacto pode ser ainda maior”, lê-se ainda no documento, no qual se refere que a iniciativa oferece uma “verdadeira esperança para um futuro mais pacíco, inclusivo e equitativo” em Moçambique.
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Fonte: LUSA